Na manhã de quinta-feira, 26/9, a mesa “Estados do Cinema Latino-Americano: O Estado e Suas Ações”, parte da programação da 18ª CineBH, promoveu uma discussão fundamental sobre o papel das políticas públicas no desenvolvimento do cinema no continente. O debate abordou dependência de fundos estatais, a presença de ações afirmativas e as dificuldades enfrentadas pelos cineastas latinos diante de mudanças políticas e econômicas. A diversidade de propostas cinematográficas e a necessidade de apoio institucional marcaram o tom do encontro, com participantes de diferentes países compartilhando suas experiências.
A produtora argentina Eugênia Campos Guevara destacou a dependência do cinema de seu país em relação ao Estado e as dificuldades recentes diante de um governo refratário à cultura. Ela ressaltou que a produção cultural é frequentemente vista como “desperdício” no atual momento e que não há reconhecimento à complexidade especialmente econômica da cadeia produtiva do setor. “Estamos sempre esperando que algo aconteça e nunca sabemos se vai haver alguma possibilidade de financiamentos”, afirmou.
A produtora se preocupa com a incerteza em torno do financiamento público na Argentina e o risco da falta de continuidade de muitos projetos, além do temor de censuras. Apesar disso, ela reconheceu que é impossível pensar numa política cultural séria sem a participação do Estado, embora também defenda a busca por alternativas que reduzam a dependência estatal.
O Chile, segundo a diretora executiva do Conecta-CCDoc, Paola Castillo, viveu recentemente uma fase de grande visibilidade no cenário internacional, inclusive com produções ganhando o Oscar e a ascensão de uma vasta diversidade de temas e formatos. No entanto, ela expressou preocupação com o futuro do setor, especialmente diante das políticas neoliberais e autoritáris que insistem em sempre voltar na América Latina. Castillo afirmou que os cineastas chilenos precisam atuar diretamente na defesa do setor. “Nós que fazemos cinema no Chile somos também ativistas, sempre lutando coletivamente por políticas ao audiovisual”, declarou.
O impacto da pandemia e o crescimento das plataformas de streaming também foram mencionados como desafios atuais, especialmente no que diz respeito à volta dos espectadores às salas de cinema. Segundo Castillo, embora o momento seja de dificuldade, ela se mantém otimista quanto ao futuro: “Ainda acredito que temos uma década para pensar em políticas de forma permanente.”
Duiren Wagua, diretor panamenho do filme “Bila Burba”, representou a nova geração de cineastas indígenas e afrodescendentes do Panamá. Ele destacou que, apesar do recente crescimento da visibilidade dos filmes panamenhos em festivais internacionais, o país ainda carece de leis que incentivem a produção cinematográfica, especialmente para cineastas de comunidades marginalizadas. “Precisamos formar especialmente novas gerações nessas comunidades e assim diminuir a presença maciça de cineastas brancos”, afirmou Wagua, defendendo políticas inclusivas que promovam maior diversidade.
No geral, os participantes reforçaram a importância da colaboração entre os profissionais do cinema na América Latina para pressionar por políticas audiovisuais mais inclusivas e eficazes. A mesa destacou que, diante de um cenário político e econômico instável, o cinema da região deve continuar lutando pela sobrevivência e pela capacidade de refletir as vozes diversas e complexas de cada representação no continente.
SERVIÇO
18a CINEBH – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE
15º BRASIL CINEMUNDI
24 a 29 de setembro de 2024 | PROGRAMAÇÃO GRATUITA
LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA
LEI ESTADUAL DE INCENTIVO À CULTURA DE MINAS GERAIS
Patrocínio Máster: PETROBRAS
Patrocínio: CLARO, AYMORÉ, CAIXA, ANCINE, ITAÚ, CEMIG, COPASA, CODEMGE/GOVERNO DE MINAS GERAIS
Parceria Cultural: INSTITUTO UNIVERSO CULTURAL, CASA DA MOSTRA, CIRCUITO LIBERDADE/FUNDAÇÃO CLOVIS SALGADO/GOVERNO DE MINAS GERAIS
Parceria e Cooperação Brasil CineMundi: EMBAIXADA DA FRANÇA NO BRASIL, GOETHE INSTITUT, BURNING (Colômbia), CONECTA (Chile), DOCSP (São Paulo), FIDBA – Festival Internacional de Documentários de Buenos Aires (Argentina), MAFF – FESTIVAL DE MÁLAGA (Espanha), NUEVAS MIRADAS (Cuba), PROJETO PARADISO (Brasil), RIDM – FESTIVAL INTERNACIONAL DE DOCUMENTÁRIOS DE MONTREAL (Canadá), VENTANA SUR (Argentina), WORLD CINEMA FUND (Alemanha).
Apoio: MINISTÉRIO DA CULTURA/SAV, DOT, INHOTIM, MISTIKA, NAYMOVIE, PARATI FILMS, O2 POS, THE END, SESI/FIEMG, CINE SANTA TEREZA, FESTIVAL INTERNACIONAL DEL NUEVO CINE LATINOAMERICANO ( CUBA)
Idealização e realização: UNIVERSO PRODUÇÃO
BH NAS TELAS/SECRETARIA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE
SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E TURISMO DE MINAS GERAIS/GOVERNO DE MINAS GERAIS
LEI PAULO GUSTAVO, MINISTÉRIO DA CULTURA | GOVERNO FEDERAL – UNIÃO E RECONSTRUÇÃO
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