MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO

A 19ª CineBH chega até você também em ambiente digital, um recorte especial da Mostra A Cidade em Movimento, que chega a sua 10ª edição em 2025.

Sessão Atopias – Em Busca dos Cinco Sentidos – um pequeno relicário de sensações é inaugurado pelo filme Um Ato de Corpo Inteiro, documentário de Marianna Fagundes, que amplifica a dimensão do som na vida de uma bailarina que, privada do sentido da visão, consegue enxergar muito além dos limites fisiológicos. O terceiro filme, intitulado Ressaca, de Pedro Estrada, é uma espécie de catarse coletiva onde teatro e vida se confundem em uma toalete matinal, estrelada por Teuda Bara. Por fim, Mandinga, ficção de Mariana Starling, encerra a sessão com um conto sobre abuso de poder e assédio sexual contra a mulher dentro do universo do trabalho corporativo.

Sessão Heterotopias Da Revolução Cromática à Ventura Migratória – está marcada pela tática de irrupção de um presente novo no cerne do presente estabelecido. O filme Vidas (Ou)Vidas – Yusuf, de Luís Evo, trata da imigração curda, numa fusão do conceito de pátria com o propósito de vida. Vemos que a humanidade, assim como as aves, migra para poder sobreviver, prosperar e se abrigar ao redor do globo. Babilônia, de Duda Gambogi, retrata uma noite de festa de transformismo em Güira de Melena, o principal ponto de encontro da comunidade LGBTQIA+ em Cuba. A protagonista é a jovem drag Elizabeth de Victoria, que enfrenta desafios para ser aceita na cena local. Em Tudo o que Quiser, de Mariana Machado, são retratadas relações amorosas fluidas, tendo como elemento primordial a magia que atravessa as nossas vidas.

Sessão Utopias – Cantar para Encantar – um único filme dirigido por Arthur B. Senra compõe essa sessão – Lagoa do Nado – A Festa de um Parque. A alegria e a música são as grandes aliadas na luta pela implantação do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado em Belo Horizonte – idealizado em 1984 e inaugurado apenas uma década depois. O sonho e o encantamento são as armas usadas por um grupo de ativistas que refletem o contexto político, histórico, cultural e ambiental da cidade. Durante um concerto ao vivo, entoam em uníssono: “Viva a vida!”.

Sessão Sintopias Modos de Coexistência – o fazer junto é o que move a quarta sessão da Mostra, ampliando o sentido de coexistir para transformar. Escuta pra Cê Vê, curta de Arthur Medrado e Thamira Bastos, insere a câmera como um dispositivo coletivo de mediação com as comunidades quilombolas de Tejuco, Marinhos e Ribeirão, em Brumadinho (MG). De um lado, a cultura viva da ancestralidade, de outro, a denúncia da exploração mineratória na região. Pandemias, de Ben-Hur Nogueira, relata o trabalho de dois ativistas dos direitos humanos que, inspirados pelo programa de erradicação da fome dos Panteras Negras norte-americanos, lutam para alimentar os moradores do Morro das Pedras, durante a maior crise sanitária do Brasil. De Ludmilla Cabral, PPL É Quem? é uma obra que, atravessada por um rico acervo fotográfico, sintetiza com talento e inventividade memórias vivas e futuros possíveis para os habitantes da primeira favela de Belo Horizonte, a Pedreira Prado Lopes.