Na 17ª edição da CineBH, a mostra Diálogos Históricos prestou tributo ao dramaturgo José Celso Martinez Corrêa (1937-2023) com a exibição de três longas-metragens que tiveram alguma participação dele. As sessões aconteceram nas noites de 27, 28 e 29 de setembro, no Centro Cultural Minas Tênis Clube, e reuniram especialmente uma plateia jovem e curiosa pelo trabalho cinematográfico de um dos maiores nomes do teatro moderno no mundo. A riqueza das exibições se ampliou com a participação de convidados especiais, incluindo pesquisadores e realizadores.

Na sessão de “Prata Palomares” (1970), o público pôde ouvir a empolgação do diretor André Faria, que, aos 80 anos de idade, relembrou com entusiasmo a experiência de fazer o filme desde a concepção do roteiro, escrito em parceria com Zé Celso. “Eu tinha uma ideia de argumento de dois guerrilheiros que iam parar em Porto Seguro, onde o Brasil nasceu, e se esconderiam numa igreja. Apresentei pro Zé e ele ficou tão encantado com os personagens que propôs de fazer uma peça se eu não conseguisse dinheiro pro filme”, relembrou André.

O orçamento foi conseguido e “Prata Palomares” foi feito para cinema, com Zé Celso escrevendo diversos fragmentos do roteiro e colaborando na performance do elenco, encabeçado por Renato Borghi, ator do Teatro Oficina. Hernani Heffner, programador e pesquisador, comentou na sessão o quanto “Prata Palomares” não se encaixa em nenhum movimento específico do cinema brasileiro, tendo elementos de Cinema Novo, que o precedeu, e de Cinema Marginal, que o sucedeu. “Ele fica nessa espécie de indefinição, o que o torna um dos filmes mais estimulantes e radicais daquele período”, disse.

No dia seguinte foi a vez do público assistir a “O Rei da Vela” (1982), único longa-metragem dirigido por Zé Celso, feito em parceria com Noilton Nunes, presente à sessão. Foi Noilton que, no fim dos anos 1970, estimulou o amigo dramaturgo a resgatar as imagens filmadas da peça “O Rei da Vela” encenada pelo Oficina no Teatro João Caetano em 1971 e fazer um filme a partir delas.

A pesquisadora Soraya Belusi, que comentou a sessão, exaltou a mistura de materiais vista no filme, que incorpora não só arquivos do Oficina, mas filmagens da época com encenações de rua, cinejornais, recortes, fotografias e áudios. “É um filme frenético, que nos convida a vivenciar o estilo do Oficina e do Zé através do cinema, através dessa quantidade de materiais que se organizam no filme”, disse Soraya. “Parece doidão, parece confuso, mas não é. Como Zé Celso, o filme é muito bem pensado e organizado no efeito que ele busca”.

Por fim, na noite de 29/9, a plateia foi às lágrimas com o documentário “Fédro” (2021), de Marcelo Sebá. Filmado em 2019, mostra Zé Celso e o ator Reynaldo Gianecchini, ex-aluno do Oficina, se reencontrando depois de 20 anos. “Aquele momento em que eles se veem não foi encenado nem preparado, é de fato a primeira vez que eles se viam após o Giane sair do Oficina”, revelou Sebá. Ele disse, emocionado, que decidiu filmar Zé Celso para ter um registro íntimo do artista que fosse além de alguns estereótipos em torno de sua imagem. A entrada de Gianecchini se deu a partir da provocação de haver um ator mais jovem que entrasse num corpo a corpo com seu “mestre” durante uma noite num apartamento.

A pesquisadora Júlia Guimarães, ao comentar o filme, chamou atenção para o quanto “Fédro” é um convite não só à fruição cinematográfica, mas ao compartilhamento de momentos únicos de presença que são tão caros ao teatro. “O Zé está muito à vontade, ele também dirige um pouco o filme, ele intervém, e isso deixa claro que estamos vendo uma cena sendo feita ali naquele momento, naqueles instantes, o acontecimento se mostrando diante da câmera”, afirmou ela.


SOBRE A 17ª CINEBH – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE

O CINEMA BRASILEIRO EM CONEXÃO COM O MERCADO INTERNACIONAL E A CAPITAL MINEIRA

A CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, o evento de cinema da capital mineira, chega a sua 17ª edição entre os dias 26 de setembro e 1º de outubro de 2023. O evento promove a conexão entre o cinema brasileiro e o mercado internacional e se apresenta como instrumento de formação, reflexão, exibição e difusão do audiovisual em diálogo com outros países.

A CineBH prevê em sua programação a oferta de atividades oferecidas gratuitamente ao público: exibições de filmes nacionais e internacionais, pré-estreias e mostras retrospectivas, programa de formação com a oferta de oficinas, workshops, laboratórios, masterclasses, debates e painéis, promoção do fomento ao empreendedorismo, dissemina a informação, produz e difunde conhecimento, cria oportunidades de rede contatos e negócios, reúne a cadeia produtiva do audiovisual numa programação abrangente e gratuita.


A 17ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o 14º Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2023 – programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção e que reúne também a Mostra de Cinema de Tiradentes (centrada na produção contemporânea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrimônio e ferramenta de educação, em junho).

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SERVIÇO

17ª CINEBH – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE

26 de setembro a 1º de outubro de 2023

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